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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Tiquira e a verdadeira história da Noite da Xoxota Louca


A reportagem de Nelson dos Santos para a Rede Record sobre a Noite da Xoxota Louca fez o meu dia. A matéria mostra uma festa típica, que acontece em um lugar chamado povoado de Maranhão Novo, MA, que reúne beldades –que poderiam tranquilamente estar sambando bezuntadas de óleo no churrasco da gente diferenciada- desfilando em uma competição de beleza.

O vídeo vale a pena por vários motivos. Mulheres, primeiro, por que é inevitável se sentir linda-maravilhosa às custas do sentimento de vergonha alheia das tais beldades. Há, também, um cidadão no final da passarela que merece os holofotes. Reparem. Para mim, ele é o famoso tiozão “Ê laiá”. Mas nada disso importa... Assistindo ao vídeo com meus colegas de trabalho... Eis que um deles fez a seguinte revelação: “Minha mãe mora em Maranhão Novo”. UAU!

Descobri coisas interessantes sobre a tal festa típica: ela realmente existe, não com esse nome. É organizada pela igreja do povoado. Durante a festa, meninas comportadas -e menores de idade- fazem um desfile (no início da matéria dá para ver uma delas). A parte do desfile de biquíni, com aquele DJ cafona e um bando de tarado vibrando foi, também, uma novidade para meu colega.

Incrédulo do que via, veio a explicação:  “Isso é muita Tiquira na cabeça”. Na hora, contaminada pelo debate a cerca do português correto, pensei que tiquira poderia ser tequila. Errada e ignorante sou eu. Tiquira está para o Maranhão, assim como a Cataia para a Ilha do Cardoso. É um destilado (teor alcoólico 35 a 56%) de mandioca,  tão famoso na região quanto o Guaraná Jesus. Haja prestígio.

No Maranhão, muitos defendem a Tiquira como a primeira bebida destilada realmente brasileira (antes da cachaça, pois a cana não é originária do Brasil), e que de tão forte, precisa de alguns cuidados ao ser ingerida: o contato do corpo do bebedor com água pode ser letal, diz a lenda.

Pois é, a Noite da Xoxota louca também é cultura etílica nacional!

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